Pioneiro


Raimundo Maia da Silva (59), o Maia do Loteamento, é natural de Santa Maria do Pará, chegou a região de Canaã dos Carajás em 1982 para trabalhar na VALE, como almoxarife. Conseguiu o emprego, mas acabpu nem aceitando, pois conheceu o programa federal de ocupação agrária e optou por tornar-se colono do CEDERE II (Centro de Desenvolvimento Rural do Estado).
Adquiriu um lote e se pôs a trabalhar, onde anos mais tarde, se transformaria a cidade de Canaã dos Carajás. Maia também foi o primeiro comerciante de secos e molhados da então agrovila CEDERE II. Com o grande desenvolvimento da região e a grande distância de Marabá, de onde o CEDERE fazia parte, o processo de emancipação foi ganhando força. Maia esteve na vanguarda dos movimentos de criação tanto de Canaã dos Carajás quanto de Parauapébas. Em Canaã inclusive , foi responsável pela escolha do atual nome, juntamente com o pastor evangélico Miguel Martins de Oliveira.
Hoje Maia é um próspero empresário do ramo imobiliário na cidade que ajudou a fundar e dedica-se a fazê-la crescer e seu povo melhorar de vida. Leia agora na integra a entrevista que Maia concedeu ao CARAJÁS O JORNAL


O que o senhor viu na região, que o fez vir para cá?
As oportunidades nessa região eram imensas naquela época e ainda são hoje em dia, é lugar para quem gosta de trabalhar e crescer. E com os novos projetos minerais que estão apenas começando, Canaã e toda região será mais próspera.
O senhor participou de maneira decisiva da emancipação do municipio.O que motivou essa luta?
Essa região tinha necessidade de se emancipar de Marabá, pois a distância era um sério entrave às aplicações de recursos em nossa região. Por isso, percebemos e defendemos a necessidade da criação do TAPAJÓS e do CARAJÁS. É preciso governar mais próximo do povo.
Hoje em dia como o senhor vê Canaã?
Uma cidade maravilhosa, da qual eu tenho um imenso orgulho de pertencer. Crio meus filhos aqui e quero fazer ainda mais por Canaã. Infelizmente, uma seqüencia de maus governos não tem tratado como a cidade merece.
Quais os principais problemas que o senhor apontaria hoje em dia em Canaã?
O péssimo uso que vem sendo dado aos recursos públicos me revolta. O sistema público municipal de saúde está falido, a educação apresentou uma proposta de gestão absolutamente ineficiente, pois não prepara nossos jovens para enfrentar os modernos desafios do mercado de trabalho.
Serviços muito mal feitos na área de infra-estrutura trarão um ônus terrível ao município em um futuro próximo. O governo vem agindo de maneira irresponsável, contraindo empréstimos e comprometendo a arrecadação futura, ao dar créditos da CFEM como garantia desses empréstimos.E como o serviço é mal executado em pouco tempo, provavelmente, terá de ser refeito. elevando o custo de infraestrutura municipal a níveis estratosféricos.
Como o senhor modificaria essa situação?
Meu modelos de gestão será baseado em questões técnicas. O mérito a ser analisado sempre será primeiro o técnico e depois o politico. A gestão técnica dos aparelhos públicos é o único caminho para uma administração responsável.
Priorizarei políticas públicas quem contemplem a juventude (criança e adolescente) e a educação, pois essa sempre foi a minha grande preocupação. Uma prova disso é quem em meados da década de 80, a primeira escola estadual em nosso município foi garantida por mim, que nem político era. Íamos perder a escola para Xinguara pro não dispormos da infra. Eu intervi e doei o terreno onde hoje ela funciona.
Buscarei fortalecimento dos conselhos, pois entendo que eles são instrumentos legais e legítimos de representação e fiscalização da sociedade civil nas questões de políticas públicas.
E o principal: serei completamente intolerante à corrupção. Doa a quem doer, seja em que esfera for. É preciso extirpar esse câncer que hoje assola nosso país.
Para finalizar. Alguma palavra para nossos leitores sobre o senhor?
Minha história de sucesso é meu cartão de visita. Sou um livro aberto e não temo ser investigado.